Prof. Luciano
Tartari Neto
Quando falamos
sobre educação tenta-se apresentar uma leitura que é feita de alguma teoria que
já tenha sido discutida pela academia ou de alguma prática que se aplica no
itinerário de milhares de escolas e professores na realidade.
Esse ensaio quer apresentar elementos usados
pelo Centro de Filosofia Educação para o
Pensar onde ocorrem duas situações; reconhecimento da pesquisa, e sua
aplicabilidade no dia a dia das escolas. Estamos falando do Conceito de Comunidade de Aprendizagem Investigativa.
Para dar ênfase
a essa discussão apresentamos três conceitos básicos que permeian a educação em
todos os sentidos, mostrando suas definições, aplicabilidade, resultados, críticas,
etc.
Para
compreendermos melhor analisaremos os conceitos Comunidade, Aprendizagem e
investigativa um de cada vez.
Segundo o
dicionário da Lingua Portuguesa, Michaelis, Comunidade do “latin, lat communitate, agremiação de indivíduos que vivem em comum ou
têm os mesmos interesses e ideais políticos, religiosos etc”. Percebemos
que a definição de Comunidade de Aprendizagem Investigativa possúi um propósito
amplo: encontro comum de cidadãos para uma ação prática do aprender e do agir.
O programa
Educar para o Pensar é uma tentativa de re-ler o cenário educacional, social e
política das escolas e combater a “tendencia do menor esforço” disseminada em
nossas escolas, sociedade, onde não se produz conhecimento, apenas se copia. A
proposta de Comunidade que lançamos aqui, quer transformar a maneira de
aprender, propondo essa aprendizagem não apenas na sala de aula, mas que
ultrapasse os muros da escola, rompa as barreiras do social, político, e seja
de fato, proveitoso para o bem comum dos cidadãos. Aprender em conjunto requer
grande habilidade de convivência, exercício de tolerância, respeito e disposição
para aprender uns com os outros. Aprender em comunidade é um desafio que
estamos superando e colhendo frutos nas centenas de escolas Reflexivas.
Dando
continuidade a nossa apresentação, a definimos Aprendizagem como: “ação de aprender qualquer ofício, arte ou
ciência”. Aprender algo ou ofício requer disciplina, planejamento,
criatividade, inspiração e aspiração.
Segundo o
Programa Educação para o pensar, Aprendizagem vai além do ambiênte educacional,
e ultrapassa o próprio conceito. Concebemos que aprender a aprender requer
leitura dos modelos de mundo aprensentados; sociedade, cultura, política, valores,
religião, etc, e posicionamento crítico para não permanecer apenas na crítica
pela crítica, mas, apontar soluções que possam ser emplementadas e que possam
transformar o espaço.
Desde muito
tempo, em toda a história da Filosofia, o grande desafio das teorias dos
filósofos foram aprensentar a Filosofia como interpretação, admiração,
assombro, aprender a realidade e interpretá-la. Assim, enquanto programa
filosófico pedagógico, lançamos o conceito de aprendizagem ligado a
emancipação, ou seja; aprender algo ou ofício requer leitura da realidade,
posicionamento crítico, aprender a aprende, empreender novas ações
transformadoras, apontamentos de soluções. Não podemos aceitar mais a definição
que aprender é apenas um ato de receber informações e processá-las, mas
aprender é mais que um ato individual, deve ser coletivo e transformador.
O terceiro e
ultimo conceito que estamos discorrendo é o de Investigativo. Na definição desse termo pelo dicionário
Michaelis, temos: “Investigativo, que é
próprio de pesquisar, Investigar, indagar, inquirir”.
O Programa
Educação para o Pensar, concebe o termo investigativo como uma ação dinâmica de
aprender, descobrir, desvelar, interpretar o mundo que se apresenta a nossa
razão e sentidos. Novamente buscamos na definição de emancipação como ação de
aprendizagem libertadora, onde razão e emoção dos indivíduos são despertados
para sempre aprender, descobrir, refletir, partilhar conhecimento, mudar ou
propor mudança da situação de mundo que nos cerca e nos desafia.
Se o papel da
Educação filosófica pedagógica, assim como aponta a Fenomenologia, é propor a
suspenção dos juízos, e aprender sobre o que nos salta aos olhos e sentidos,
deixando de lado os pre-conceitos, enquanto programa educacional, estamos sim,
dando uma solução inovadora para o problema da educação sem criatividade,
monótona, alienável e sem transformação social.
Por fim,
compreendemos que educar nos dias atuais requer o encantamento
filosófico-pedagógico, reflexão, ação, transformação. Devemos combater os modelos educacionais que
não transformam a vida e a cultura dos cidadãos. A pedagogia renovada aponta
caminhos mais humanizadores, onde acontecem o resgate de valores que edificam o
ser humano, a sociedade, e todas as dimenções que formam o homo sapiens.
Assim,
resgatamos o conceito de Nova Educação Reflexiva, Emacipadora e Transformadora
da UNESCO, descrito no texto de Jacques Delors que aponta ou redefine, os
quatro pilares da educação do século XXI: Apreder
a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver e aprender a ser.
O Centro de
Filosofia Educação para o Pensar e sua proposta inovadora da Educação
emancipatória, segue os parâmetros educacionais e larga na frente propondo
esses pilares como bases às novas gerações mais humanos reflexivos, críticos,
justos e que estão abertos a aprender a aprender, aprender, aprender a viver,
aprender a fazer e a aprender a ser.
As sementes da
educação Reflexiva já foram lançadas no solo fértil das escolas renovadas e
renovadoras. Vamos colher a fina flor e nos inebriar com seu doce nectar.
Referências
Bibliogáficas:
MENDONÇA,
Educardo Prado de, O Mundo Precisa de
Filosofia, Rio de Janiro, Agir, 1984.
DALRI, JUNCKES,
Emanuelle Santiago, Rosane Santana. Comunidade
de Aprendizagem Investigativa. Florianópolis, Sophos, 2003.
WONSOVICZ,
Silvio, Programa Educar para o Pensar:
Filosofia com crianças, adolescentes e jovens. Florianópolis, Sophos, 2005.
Vol.III
Luciano
Tartari Neto
Assessor Filosófico
pedagógico do Centro de Filosofia para a região Sul.