quinta-feira, 24 de abril de 2014

PODEMOS VIVER SEM AMOR?


Ivana Beppler, Isabella Paloma de Andrade, Marina Engel França*

“Não se pode viver sem amor, já que é o amor que faz viver”. (Espinosa)
Podemos definir amor como um sentimento favorável da afetividade, deve ser recíproco e verdadeiro, intenso entre duas pessoas, que nos permite viver em harmonia, nos torna pessoas mais compreensivas e melhores. O amor possui um poder inigualável e todos nós necessitamos amar e nos sentir amados.
Para Immanuel Kant “o amor divide-se: em prático – gostar do próximo e desejá-lo o bem, conhecendo-o ou não; sentimento de generosidade, caridade. E amor patológico – gostar do próximo, mas envolver o desejo, a sexualidade, o bem da pessoa que amamos, e o prazer próprio e do outro.”
Amor, um sentimento que resume um turbilhão de outros sentimentos: ódio, alegria, dor, tristeza, felicidade...Vale tudo por amor? É para sempre? Quando o amor se torna um sentimento de posse?
É comum lermos ou assistirmos reportagens sobre namorados que assassinam seus parceiros, filhos que matam seus pais, jovens que morrem consumindo drogas, famílias desestruturadas, mentiras com a justificativa “foi por amor”, justificando um sentimento de posse, onde a pessoa deve ser apenas sua, considerando-a um objeto, e a mantém presa, e quando sai de seu domínio, ocorre o que é veiculado nos noticiários, ou motivado pela ambição, herança de família...
O amor é a base de tudo, é a necessidade de nos sentirmos importantes, estimados, amados e felizes, por isso, obrigatoriamente precisa ser externado através de um carinho, atenção, uma palavra de conforto.
Para Sócrates “amar é buscar o que nos completa, nos preenche interior e exteriormente”. Amor duradouro e verdadeiro é aquele que não está fundamentado apenas na estética da juventude, no materialismo, pois estes são passageiros. Não podemos entender o amor com algo descartável que você compra em qualquer lugar.
Ele é necessário a todo ser humano, e por isso ame, viva esse sentimento verdadeiramente e intensamente, e seja feliz.

*Alunas da E.E.B. BERTINO SILVA – Leoberto Leal/SC

Referências:
HTTP://cerimonialll.blogspot.com.br/2005/03/o-que-os-filosofos-pensam-sobre-o-amor.html
ARRUDA, Maria Lúcia de Arruda;MARTINS,Maria Helena Pires. Filosofando: Introdução à filosofia.Ed. Moderna, 2009

sexta-feira, 4 de abril de 2014

EaD em Filosofia? – Formação da Comunidade de Aprendizagem Investigativa Virtual – C.A.I - V

Profs. Assessores Filosóficos

Analisando o atual quadro educacional, observamos que nossos alunos apresentam desempenhos escolares muitas vezes insatisfatórios. Notamos que a aquisição de novos conhecimentos é penosa. Muitos alunos apresentam enormes dificuldades nas áreas de Comunicação e Expressão e nas Matemáticas (ver resultados da Provinha Brasil, IDEB, ENEM...). Estas e outras dificuldades continuam por todo processo escolar e, muitas vezes, na vida profissional desses alunos.

Será que tais deficiências não estariam indicando a existência de outras anteriores e mais básicas? Será que o diagnóstico de tais dificuldades não estará na falta de habilidades de raciocínio? Na falta de espaço para o diálogo e a investigação?

Sabemos que as habilidades da leitura, por exemplo, são pré-requisitos para o desenvolvimento da própria vida do indivíduo dentro da sociedade. No entanto, a leitura pressupõe a capacidade de operacionalização de habilidades cognitivas previamente desenvolvidas, tais como: saber inferir, comparar, relacionar, classificar, definir, deduzir, etc... A leitura requer a instrumentalização dessas habilidades e desenvolvem outras que lhe são mais específicas. A compreensão de um texto normalmente é testada pela capacidade de poder parafraseá-lo, mas isso exige perceber e distinguir implicações válidas e verdadeiras.

Tradicionalmente, a Filosofia tem sido uma das únicas disciplinas capaz de cultivar as habilidades básicas do raciocínio, da investigação que estão por trás de todo desenvolvimento escolar dos alunos.

Almejando alcançar efetivamente uma educação reflexiva e filosófica desde a Educação Infantil e em todo processo escolar, um grupo de filósofos e educadores, por intermédio do Centro de Filosofia - Educação para o Pensar, forma, assessora e implanta o Programa filosófico pedagógico “Educar para o Pensar: Filosofia com Crianças, Adolescentes e Jovens”. Queremos que esse Programa aconteça em todas as disciplinas escolares.

Por experiências em escolas sugerimos que todo grupo de professores participe da formação semipresencial na EaD do SER. Dessa forma é possível realizar com os alunos, com certa segurança, com resultados práticos e uma caminhada dentro da própria realidade de educacional.

O pensar crítico, filosófico faz parte do cotidiano escolar? O que fazer para estimular o pensar dentro da escola e em todas as disciplinas? Como a filosofia pode contribuir com o currículo escolar? Como e o que motivar para que todos os educadores levem seus alunos a um pensar reflexivo?

Educadores e educandos buscando uma Educação para o Pensar com viés filosófico pedagógico, dentro de um Programa filosófico reflexivo (Ed. Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio)

Estamos em um tempo que carece de utopias, principalmente no momento em que as ideias do consumo, do culto hedonista da mercadoria, da alienação, da busca do prazer espetacular pelas sensações. Pensar e fazer pensar, nesta realidade, é sempre uma postura transformadora.

A história de duas décadas e meia de existência de nossas estruturas está repleta de muita atuação, reflexão e produção, junto às escolas, orientando e discutindo com milhares de professores, de todas as áreas do conhecimento, em várias centenas de cursos e assessorias filosóficas pelo país, com uma defesa contundente da Educação Reflexiva. Neste intento, a ênfase dada e como uma característica marcante, é a postura de que formamos e fazemos um trabalho em equipe, onde é de suma importância a socialização dos saberes para podermos construir um caminho próprio.

A defesa de uma Educação para o Pensar é hoje um tema que está presente na grande maioria das reflexões educacionais. Desta forma, quando iniciamos um trabalho de formação continuada com ênfase na investigação filosófica das ideias e ações, utilizando o nosso fio condutor, temos presente que aqueles que estão participando têm várias expectativas.

O que defendemos através de nossas estruturas, dos cursos de formação continuada e de investigações filosóficas, das assessorias sistemáticas aos colégios, é a implantação de aulas reflexivas (pela filosofia) em todos os segmentos e disciplinas do currículo escolar. Junto aos professores e, consequentemente dos alunos esperamos:
- Utilizem as habilidades de raciocínio (classificar, comparar, relacionar, deduzir, inferir, concluir...) tendo presente que não são aprendidas fora de contextos, isoladas, mas utilizando-as nas várias disciplinas e nas discussões filosóficas.
- Aprendam a fazer relações entre ideias, fatos, conteúdos, experiências e as diversas visões de mundo.
- Busquem constantemente apreender as relações implícitas e explícitas apresentadas nos assuntos e nas ideias.
- Valorizem o processo de investigação e a discussão do grupo relacionada aos assuntos apresentados e as ideias filosóficas, sem menosprezar o produto dela resultante ou os resultados.
- Desenvolvam a aprendizagem relacionada ao investigar, tanto individualmente como em grupo e, percebam as alternativas diante das possibilidades do conhecimento.
- Reconheçam a importância do questionar a si e ao grupo, levando em consideração os outros pontos de vista, colaborando desta forma para a construção da Comunidade de Aprendizagem Investigativa em sala de aula, transformando-a num espaço onde haja uma cultura do pensar.
- Entendam que o conhecimento da realidade tem três dimensões que precisam ser consideradas: A dimensão crítica, que leva ao perguntar o que é?; a dimensão criativa, que leva a perguntar como pode ser conhecido? e, a dimensão criteriosa, que  leva a perguntar o que pode ser construído? Com o uso do que se aprende sobre o mundo.
- Exercitem a dialética socrática, percebendo que todo nosso saber é provisório – “só sei que nada sei”, interiorizando os procedimentos de investigação.
- Valorizem a importância de cultivar em todos os momentos escolares, em todos os espaços a atitude proveniente da cultura do pensar – investigar, discutir, refletir, reconsiderar, agir.
- Prezem por adquirir uma postura ponderada (pondos – peso) e de bom senso diante dos fatos, das ideias e da ação.

É importante que os professores, desde o primeiro contato e, os alunos desde as primeiras aulas reflexivas, aprendam a importância das regras da boa investigação em grupo. As regras de boa educação (pedir licença, dizer obrigado...) ajudam a melhorar a convivência social, já as regras da boa investigação auxiliam para a melhor aprendizagem grupal. Por isso há uma insistência para que as crianças, os adolescentes e os jovens observem as regras básicas para poder haver uma discussão, uma investigação na Comunidade de Aprendizagem Investigativa, que no momento da discussão passa a ser uma espécie de assembléia que está deliberando sobre determinado assunto.

É notório, na época que estamos às modificações dos modelos, das visões de mundo. Os avanços tecnológicos, biológicos, de informações, começam a ocasionar mudanças na sociedade. Mudam-se os paradigmas, os modelos.

Uma educação centrada nos paradigmas reflexivos, a qual é a intenção da Educação para o Pensar, supõe uma busca por investigação, discussão, reflexão e ação. Alunos e professores questionam-se entre si, defende-se que os alunos pensam e todos participam da Comunidade de Aprendizagem Investigativa.

A realização deste projeto não há intenção de seguir uma proposta “moda” realizada em todo o mundo, propõe sim, desenvolver um trabalho de Filosofia com os educandos e educadores, que nas proporções respeita as especificidades da cultura e dos costumes de cada comunidade escolar.

OBJETIVO GERAL:

Proporcionar a todos os educadores da sua unidade escolar, a formação continuada (80 horas) e, preparação dentro do S.E.R., com seus conteúdos e fundamentações teóricas e filosóficas, tendo por objetivo desencadear um processo de reflexão e formação da COMUNIDADE DE APRENDIZAGEM INVESTIGATIVA Virtual, em cada sala de aula e nas Instituições.

Equipe de Assessores Filosóficos e Pedagógicos
Centro de Filosofia e Editora Sophos.