quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Tudo realmente muda?



          É muito difícil dizer que conhecemos as coisas, pois, como já dizia Heráclito, "Tudo flui, tudo muda". As coisas já não são mais as mesmas quando as olhamos duas vezes. As pessoas mudam mentalmente e fisicamente a cada segundo. As coisas, os móveis de sua casa não são mais os mesmos que você comprou. Os rios, os mares, já não são iguais. Às vezes nem parece, mas o mundo todo está sempre mudando.


Então, como podemos dizer que conhecemos uma coisa, ou uma pessoa, se ela está sempre mudando?


          E eu mesma respondo. Outro grande filósofo, da mesma época de Heráclito, chamado Parmênides, afirmava que sim, tudo muda. Mas o que é importante, a essência das coisas, fica como é. Para ele, existia dois mundos. O mundo Sensível, onde vivemos, tudo realmente muda. Mas no mundo Inteligível, o mundo das ideias e dos pensamentos, o nosso Ser, nossa essência, é perfeitamente imóvel.


          Ou seja, podemos mudar o quanto quisermos, mas vamos continur sendo nós mesmos.

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Texto/trabalho da disciplina de Filosofia produzido em 14/07/2009
Colégio Centro Educacional Porto das Águas - CEPAVI - www.cepavi.com.br
Professor Everson - 9o. ano

Autora: Caroline Mallmann Becker
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quinta-feira, 19 de novembro de 2009

O Dia D: Reflexões Filosóficas Especial - CONVITE para participação nas Comunidades do SER!

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quinta-feira, 12 de novembro de 2009

A FILOSOFIA É O ABSTRATO INALCANÇÁVEL


*Ivandilson Miranda Silva                                                                                        
                                                                      
Num mundo em que se prioriza mais o TER do que o SER, nós seres humanos, temos limitações para alcançar as coisas abstratas e dificuldades para valorizar aquilo que a priori não tem valor.


É lógico que precisamos ter casa, ter emprego, ter dinheiro para fazer determinadas coisas, pois estamos num sistema capitalista (o mérito da questão não é um debate político-ideológico sobre modos de produção). Mas, é fundamental ser amigo, ser irmão, ser amoroso, ser crítico, ser cético, ser utópico, ser...


Às vezes, ou na maioria das vezes, só valorizamos as questões que envolvem uma reflexão sobre a nossa condição de SER quando perdemos alguém próximo, quando a relação amorosa não vai bem ou já acabou, quando somos demitidos, quando o TER está ameaçado. Aí refletimos sobre nossas emoções, sobre o que estamos gostando de fazer, sobre como estamos tratando as pessoas em casa e no trabalho, sobre como estamos vivendo de forma tão dura, fria, pragmática e automatizada   


TER e não SER é estabelecer uma distância incomensurável com o abstrato, é não se predispor ao menos ao risco e a ousadia de cutucar o infinito. "Preciso aprender a ver o que não se vê, para me transformar no que o amor quiser." canta o músico Jorge Vercilo na música Invisível.


A Filosofia e a possibilidade do conhecimento crítico nos coloca diante dessa prazerosa missão de saber e ao mesmo tempo de reconhcer que nada sabemos. Sócrates, um dos primeiros filósofos que reconhceu essa dinâmica, nos deu uma grande lição com o SEI QUE NADA SEI e o CONHECE-TE A TI MESMO.


Merleau Ponty, pensador contemporâneo afirmava que "filosofar é reaprender a ver o mundo." Traduzindo em miúdos: precisamos perceber melhor a realidade, os dias passam e não são iguais e a necessidade de TER compromete a possibilidade de SER.


Ter é absoluto, concreto, imediato, temporal. O Ser é processo, atemporal, histórico, infinito. A Filosofia é o abstrato inalcançável e como canta Vercilo em sua música paradigmática: "Eu quero ver o invisível, prever o que está no ar.


Eu preciso SER para TER e não TER para SER.


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* Graduado em Filosofia Pela Universidade Católica do Salvador (UCSAL), Especialista em Metodologia do Ensino, Pesquisa e Extensão em Educação Pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Professor de Humanidades I e II na UNIME-PARALELA- SAVADOR, Professor e colaborador da Associação Educacional, Cultural e Ambiental Comunidade Universitária.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Espaços Sociais Como Experiências Libertadoras


          Em contraponto às utopias tradicionais, defendidas, principalmente, nos séculos 18 e 19 e tendo como teóricos fundantes Fourier (1768-1830), Owen (1771-1858) e Proudhon (1809-1865), o geógrafo britânico David Harvey enaltece o ‘utopismo dialético’. Sua obra Espaços de Esperança (2006, Edições Loyola) é uma referência teórica efetivamente libertadora nestes tempos de discursos hegemônicos, ou como dizia a ex-primeira ministra britânica, Margareth Tatcher, um momento histórico onde ‘não há alternativas’. Tal concepção político-ideológica (neoliberalismo) abrigada sob o espectro da globalização acomete um contingente populacional significativo à miséria ou à total indigência social.

As contradições evidenciadas entre capital e trabalho ou entre as forças produtivas e relações de produção, hodiernamente, ocultam-se sob os auspícios da flexibilização do capital e na busca de recursos humanos polivalentes, o que demanda ‘novas competências e habilidades específicas’. Todavia, as particularidades do mundo produtivo não podem ser compreendidas como ações meramente reativas à violência impingida pelo capital. Em outras palavras, os arbitrários culturais criados, alimentados e reproduzidos pelo modus operandi do sistema capitalista não devem ser encarados como algo ‘natural’ nas mais diferentes e diversas esferas sociais. A universalidade e as particularidades sociais encontram-se intimamente enredadas, pois os processos relacionais são dialéticos e não determinados a priori. A realidade concreta não é uma justaposição de eventos desconectados. Como bem assinala Harvey, temos de refazer os nexos históricos e geográficos que os pós-modernos fragmentaram. Mas, por que pensar a transformação da realidade? O que significaria um ‘utopismo dialético’ em tal estágio das forças produtivas materiais? Ora, antes de tudo, pensar em novas possibilidades de existência e de resistência nos espaços sociais atualmente conformados aos arbitrários culturais dominantes. Exige, sobretudo, que façamos a crítica – e não só – ao legalismo formal (com todas as suas regras, sanções e uma jurisprudência desmobilizadora); e ao Estado como um todo, que funciona como mediador privilegiado das tensões entre capital e trabalho. Não por acaso, espaços educativos são terrenos concretos e simbólicos onde impera a verticalização do poder; onde não há ‘tempo’ e nem ‘espaço’ para a criação e o planejamento. Os/as agentes de mudança ou os/as ‘arquitetos/as rebeldes’, como prefere Harvey, quando conseguirem se livrar das amarras do imediatismo produtivo e do mundo da aparência, poderão se conectar com outras redes colaborativas. São estas redes organizadas os germens disruptivos que farão frente ao estabelecido, gerando espíritos consistentemente politizados e atentos ao assombro acelerado da barbárie.

Nesta direção, a metáfora do literato português José Saramago na obra ‘Ensaio sobre a cegueira’, traduz de forma trágica e não menos real, que a espécie humana em situações-limite ou diante de tragédias comuns, comporta-se de forma irracional e brutalmente violenta. A cegueira coletiva da qual somos todos tomados, recrudesce quando não é compreendida de forma ampla. Logo, pensar a cidade e os territórios institucionalizados é pensar em alternativas litigiosas que vislumbrem espaços coletivos humanizados e harmonizados. Sobretudo, ultrapassar os limites espaços-temporais desenhados pela predatória lógica capitalista, onde o que está no horizonte é a especulação imobiliária, destruição de recursos naturais, poluição incessante de automotores e templos de consumo para um extrato social diminuto. David Harvey nos faz refletir sobre que espécie desejamos ser daqui por diante: predatória ou solidária? Bárbara ou socializadora?


PARA SABER MAIS


HARVEY, David. Espaços de Esperança. Tradução de Adail Ubirajara Sobral e Maria Stela Gonçalves. 2ª Ed. São Paulo: Edições Loyola, 2006.


Jéferson Dantas, 36, Historiador e Doutorando em Educação (Universidade Federal de Santa Catarina/UFSC). Pesquisador e articulador dos estudos do currículo na Comissão de Educação do Fórum do Maciço do Morro da Cruz na cidade de Florianópolis/SC. É ensaísta, compositor, letrista e consultor pedagógico. Autor de uma dezena de artigos. Publicou quatro livros, dentre eles Dialogando com a História em parceria com a historiadora Daniela Sbravati (SOPHOS, 2009).




Jéferson Dantas é  um dos autores
do SER - Sistema de Ensino Reflexivo,
pela Editora Sophos.

Clique AQUI
para conhecer mais sobre o livro
Dialogando com a História

(Coleção Didáticos Reflexivos do SER).