quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Professor – um profissional ímpar

ELZA MARIA BRITO PATRÍCIO*
PROFESSORA UNIVERSITÁRIA

Sabemos claramente a dimensão educativa, a extensão do papel do professor, e de sua importância na sociedade, poderemos tornar o trabalho de educar bem mais significativo. Mesmo constatando que, de um modo geral, não haja reconhecimento compatível com a valiosa missão do professor e sua indispensabilidade no processo de desenvolvimento e construção do ser humano, em todas as etapas da vida, isso não deve ser razão para nos desestimular-mos, se realmente estamos convictos da opção profissional que fizemos. Diante da pergunta: é possível imaginar uma sociedade sem educação, portanto, sem professor? Dir-se-ia que não. 
 As competências mais ferais para a vida e a rapidez com que tanta coisa se transforma, exige aprendizado contínuo, numa gradativa promoção de conhecimentos, o que se desencadeia, sem dúvida, no interior das instituições educacionais nos diversos níveis de ensino e muitas são as razões para se considerar a relevante função do professor. 
Destacam-se algumas delas na sua parceria com o alunado: ampliação e diversificação de conhecimentos, aprendizagem de tantas habilidades, desdobramento de valores, entendimento da cultura sob vários prismas, valorização das diferenças individuais, preparação para o futuro com indicativos que proporcionem condições para optar pela profissão que vai abraçar, enfim, uma gama de ações que, reflexivamente, serão mediadoras de tantas outras ações na pluralidade dos contextos sociais. É necessário que os professores, mesmo considerando as grandes diferenças existentes entre cada um dos seus alunos, a heterogeneidade existente nas turmas, a falta de base conceituais relativas a estudos anteriores, acreditem no potencial dos seus alunos e, por conseguinte, levem em conta: as experiências deles, os conhecimentos adquiridos, os valores internalizados, o despertar de novos modos de pensar, fazendo um esforço conjunto para produzir novos saberes, debruçar-se sobre os desafios que o mundo lhes apresenta, estando sempre atentos aos anseios expectativas dos alunos. 
Assim sendo, o professor, com sua formação, seu modo de ser, todos os objetivos de suas experiências, todas as situações vivenciadas por ele, todo o nível de preparação e competência e m sua área de saber, todas as relações que estabelece durante o processo educacional, têm uma determinada significação, portanto, são permeados por um grande índice de valoração, sendo, os valores éticos, os que devem nortear suas atividades, porque, subjacente a elas estão a consciência dos direitos e dos deveres, a responsabilidade, o comprometimento, as tomadas de posição, avaliação e reavaliação, a busca de realização pessoal, social e profissional, enfim, tudo que evidencia o seu ser-com-os-outros. 
Estamos diante de algumas exigências básicas que revelam uma necessária interação entre alunos e professores e, por conseguinte, uma relação dialógica e dialética, nesse processo de ensino-aprendizagem, na superação da visão simplista de mundo, para a aquisição de uma compreensão realmente construída e reconstruída da realidade. Um outro ponto a considerar, é a questão da competência que precisa ser constantemente nutrida com a atualização de conhecimentos, na medida em que nos sentirmos comprometidos com a formação de tantos seres humanos desde a mais tenra idade... Por fim, além das dimensões ética e epistemológica, considera-se como aspecto fundamental do ser-professor, que ele assuma democraticamente sua práxis educativa, compreendendo a relevância e a amplitude do seu trabalho, sabendo-se copartícipe da formação de tantas pessoas, que por suas “mãos” estarão se tornando politizados, dotados de senso crítico, para poder, conscientemente, exercer sua cidadania.

Admitimos ser oportuno destacar a afirmação do Prof. Dr. Pedro DEMO: “É preciso rever o perfil do professor para sedimentar a competência renovada e renovadora crítica, capaz de estabelecer e restabelecer o diálogo inovador com os desafios do futuro”. Compete a nós, portanto, resgatar o lugar do professor na sociedade, como profissional que contribui decisivamente para o crescimento intelectual, moral, político e crítico dos estudantes e que lhes proporcione a real e concreta participação na caminhada para as tão almejadas transformações histórico-sociais, políticas, científicas e tecnológicas que o mundo hoje reclama.
Parabéns a todos os professores, em especial pelo dia 15 de outubro!


* Professora de Filosofia, aposentada da UFMA.

Um comentário:

  1. Aqui, em Fortaleza temos visto muitos profissionais da educação deixar de exercer a função, po se perceber na profissão errada. Isso é maravilhoso, porque o que se vê de pessoas exercendo essa função sem nenhuma vocação, é assustadora. Para ser professor, precisa, antes de tudo, gostar de pessoas. Precisamos criar meios de, nesses concursos, a primeira fase ser teste de aptidão. Por que não? Joana Auria - Coordenadora Pedagógica - Fortaleza

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