“Os homens constroem paredes demais
e pontes de menos” (D.Pire)
e pontes de menos” (D.Pire)
A escola pública e democrática é hoje uma conquista institucionalizada, mas que, na prática, ainda está longe de ser realidade plenamente vivenciada na escola. A escolha democrática das direções escolares ainda não permitiu condições democráticas de organizar as escolas a partir de uma base curricular, das propostas pedagógicas, das metas e da organização do quadro dos professores (distribuição da carga horária e disciplinas).
A escola, lugar de significativas e distintas aprendizagens, é também um grande laboratório de exercício de poder. Cotidianamente, através das relações interpessoais, ela administra as suas tensões internas, fortemente influenciadas pelo poder externo (dos governos e da comunidade). E, o professor, uma peça fundamental, nem sempre é considerado em sua dimensão de pessoa humana e de sujeito, portador de desejos, direitos e dignidade.
Além de sua estrutura administrativa, a escola é um lugar onde se constroem vínculos. Estes vínculos determinam a qualidade das relações entre professores, funcionários, equipe diretiva, alunos e pais. A maior diferença da escola pública, em relação às demais, reside no fato de sua gestão ser pública e democrática. E é nesta que, para além de professores, cresce a exigência por educadores. “Todo professor deve ser um verdadeiro educador. Um mestre da vida e do saber. É mestre porque é homem de fé, que acredita em si e nos outros, que confia e ama seus discípulos” (Maximiliano Menegolla)
Professores não são números. Professores são sujeitos, seres humanos, com suas opções pedagógicas e ideológicas. Aliás, o exercício de seu ofício não lhes permite neutralidade, pois a educação é, por natureza, um ato político. Suas práticas pedagógicas resultam de suas trajetórias pessoais, de seus compromissos com o ser humano e de seus conhecimentos e aperfeiçoamento profissional.
Algumas instituições de ensino público, por suas práticas contraditórias e autoritárias, minimizam o alcance e a importância das conquistas democráticas. É claro que exercitar cotidianamente a democracia, como se faz na escola, não é uma tarefa fácil. Por isso que, para muitos, ela não passa de “verborragia”. Para outros, incansável exercício, prática de inclusão e respeito a todos, mesmo enfrentando as contradições do discurso e da prática.
Alguns colegas, agora diretores ou diretoras, “constroem paredes demais e pontes de menos”. Usam do poder que lhes foi delegado para desconsiderar seus professores e ofuscar a democracia, por todos pretendida e proclamada.“O lugar onde o professor não é visto como pessoa, mas simplesmente como um profissional qualquer, deve ser chamado de pensionato, refeitório..., mas não chamem de escola, onde se educa e se ensina”.(Menegolla)
O exercício do poder democrático é um dever da escola e um legado que ela deve deixar para seus alunos e para a sociedade como um todo; esta é sua contribuição para a consolidação da democracia no Brasil. Qualidade na educação será uma realidade quando tratarmos gente como gente deve ser tratada e quando tomarmos a democracia como a base de nossas relações.
Nei Alberto Pies, professor e ativista de direitos humanos.
pies.neialberto@gmail.com
A escola, lugar de significativas e distintas aprendizagens, é também um grande laboratório de exercício de poder. Cotidianamente, através das relações interpessoais, ela administra as suas tensões internas, fortemente influenciadas pelo poder externo (dos governos e da comunidade). E, o professor, uma peça fundamental, nem sempre é considerado em sua dimensão de pessoa humana e de sujeito, portador de desejos, direitos e dignidade.
Além de sua estrutura administrativa, a escola é um lugar onde se constroem vínculos. Estes vínculos determinam a qualidade das relações entre professores, funcionários, equipe diretiva, alunos e pais. A maior diferença da escola pública, em relação às demais, reside no fato de sua gestão ser pública e democrática. E é nesta que, para além de professores, cresce a exigência por educadores. “Todo professor deve ser um verdadeiro educador. Um mestre da vida e do saber. É mestre porque é homem de fé, que acredita em si e nos outros, que confia e ama seus discípulos” (Maximiliano Menegolla)
Professores não são números. Professores são sujeitos, seres humanos, com suas opções pedagógicas e ideológicas. Aliás, o exercício de seu ofício não lhes permite neutralidade, pois a educação é, por natureza, um ato político. Suas práticas pedagógicas resultam de suas trajetórias pessoais, de seus compromissos com o ser humano e de seus conhecimentos e aperfeiçoamento profissional.
Algumas instituições de ensino público, por suas práticas contraditórias e autoritárias, minimizam o alcance e a importância das conquistas democráticas. É claro que exercitar cotidianamente a democracia, como se faz na escola, não é uma tarefa fácil. Por isso que, para muitos, ela não passa de “verborragia”. Para outros, incansável exercício, prática de inclusão e respeito a todos, mesmo enfrentando as contradições do discurso e da prática.
Alguns colegas, agora diretores ou diretoras, “constroem paredes demais e pontes de menos”. Usam do poder que lhes foi delegado para desconsiderar seus professores e ofuscar a democracia, por todos pretendida e proclamada.“O lugar onde o professor não é visto como pessoa, mas simplesmente como um profissional qualquer, deve ser chamado de pensionato, refeitório..., mas não chamem de escola, onde se educa e se ensina”.(Menegolla)
O exercício do poder democrático é um dever da escola e um legado que ela deve deixar para seus alunos e para a sociedade como um todo; esta é sua contribuição para a consolidação da democracia no Brasil. Qualidade na educação será uma realidade quando tratarmos gente como gente deve ser tratada e quando tomarmos a democracia como a base de nossas relações.
Nei Alberto Pies, professor e ativista de direitos humanos.
pies.neialberto@gmail.com
Parabéns pela reflexão!!!
ResponderExcluirconcordo 100%
ResponderExcluirSem dúvida nenhuma precisamos fazer com que a escola seja um espaço de exercício da democracia e do poder que é para servir
ResponderExcluirEsse texto é muito claro no que diz respeito ao professor. Profesor é gente, os alunos são gente e nós devemos tratar como tal. Com a eliçção de diretores na escola algumas escolas do nosso municipio mesmo n teve nem chapa. Professor que exige, que cobra, que reclama, esses mesmos n tiveram coragem de enfrentar seus alunos e colegas de trabalho.Fogem da responsabilidade e do respeito as opiniões dos outros.E com certeza a base da democracia será essa. Um abraço e já fico esperando o proximo texto que ao otimos! Abraço!
ResponderExcluirParabens pelo belo discursso. Com certesa precisamos de uma democracia que saia do papel e sim vá para prática do dia a dia...Prof. Ademir de Filosofia.
ResponderExcluirRespeito sua idéia, concordo que as coisas andam muito em geral tratando de instituições federais,estaduais e municipais, e infelismente são poucos os professores ativistas e que buscam dar sua cara a tapa...por que as vezes o tombo é tão grande que a pessoa nem levanta, ou se levanta não volta a falar, participar,dá sua aulinha dentro das regras estBELECIDAS E DEU. não opina,não contraria, NÃO REAGE!! E INFELISMENTE A DITADURA VENCEU A GUERRA. É HOJE QUE PERCEBO ISSO,SOMOS UM POVO ALEGRE CHEIO DE VIDA,BRINCALHÃO,MAS SE ALGUÉM QUER PROTESTAR,Xii.. esse está fora de si, é inresposável,não quer trabalhar ..é comunista e outras barbaridades por aí vai. Na minha opinião poderiamos buscar ser mais criticos sim, resistir a tanto desrespeito que somos obrigados a aceitar, que temos medo para continuar a luta, poder tem sempre os dois lados da moeda juntas,no entanto resiste é preciso.
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