A importância da mediação do
Professor Reflexivo na COM.A.I.
*Prof. Geverson Luz Godoy
É arriscada a afirmação de que receitas prontas são infalíveis, no entanto, é possível afirmar que com a experiência comprovou-se que algumas posturas assumidas pelos docentes na COM.A.I. – Comunidade de Aprendizagem Investigativa, é mais provável uma ação pedagógica de excelência, ou seja, o alcance da aprendizagem.
O conhecimento já foi concebido
em outros momentos históricos de forma isolada, acabado, único, fechado, onde o
professor é o portador do conhecimento e o aluno é o que apenas aprende.
Passado algum tempo, com a perspectiva holística de pensadores
idealistas, humanistas, com um olhar histórico crítico, hoje compreendemos a
educação de outra forma.
Na perspectiva do CENFEP – Centro
de Filosofia Educação para o Pensar - compreende-se o conhecimento como
algo situado, ilimitado, possibilitado pelas circunstancias, é falível e
incerto. Portanto, se compreende que o ensino não garante a aprendizagem, no
entanto não há significado existir o ensino, caso este não a alcance, pois o
ensino seria estéril e inútil sem a aprendizagem.
Por este motivo é que no século do conhecimento,
tem-se acreditado que é necessário ‘ressignificar’ a unidade entre ensino e
aprendizagem, principalmente de forma inclusiva, eliminando qualquer que seja a
segregação.
Para isto, na maioria das vezes é necessário
desconstruir, desnudar o obvio, desorganizar o que já parece pronto,
desconstruir. Neste processo de transformação todos são corresponsáveis pela
construção do conhecimento, portanto, todos possuem parte no crescimento. Nesta
modalidade o foco do conhecimento não se restringe no professor. O sujeito do
conhecimento é todo aquele que busca o conhecer, seja ele o professor ou o
aluno dentro da COM.A.I. - Comunidade de Aprendizagem Investigativa. O
conhecimento é construído de forma cooperativa, compartilhada através da
pesquisa, investigação e do diálogo
A educação abrange os processos
formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no
trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e
organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais. (BRASIL, 1996).
O conhecimento é algo subjetivo, pertencente
ao sujeito e suas relações primeiro consigo mesmo, depois com os outros e por
fim com o mundo. O sujeito não adquire o conhecimento por fidelidade mimética, ou
seja, cópia perfeita do que lhe parece real. Portanto, é através de suas
capacidades, sensibilidades, habilidades e competências, que o estudante
constrói juntamente com os demais participantes da COM.A.I., novos conceitos
que darão significado ao seu existir oportunizando a toda comunidade novas
possibilidades de ação.
Somos seres paradoxais, e em
nossa existência histórica, também somos regados pelo erro, insegurança e
falibilidade. Dentro do processo de ensino e aprendizagem, o “erro” possui o
seu valor didático pedagógico, onde o sujeito da aprendizagem constrói as suas
representações, que dentro de sua logicidade, possui verdadeiro sentido, que
podem ser melhoradas com a ajuda do olhar da comunidade, incorporando novas
ideias, transformando o já pensado em reflexão, alcançando um nível superior de
conhecimento.
A intervenção pedagógica deve
atentar-se ao que denominamos idade cognitiva do estudante, ao que compete o
amadurecimento da compreensão dos alunos durante os estudos de conceitos.
Deve-se ainda, levar em consideração, os conhecimentos que se apresentam em
forma de senso comum pelos alunos, mas que devem ser lapidados pela comunidade,
oferecendo o professor uma contribuição construtiva.
Estas são algumas pistas para
alcançarmos o conhecimento dentro da Comunidade de Aprendizagem Investigativa,
onde o conhecer não é decorar fórmulas e regras matemáticas ou gramaticais.
Para alcançar o conhecimento, o sujeito que o busca passa por um processo de
modificação, aceitabilidade, reorganização, plasticidade e construção no que
diz respeito à assimilação e interpretação de conteúdos estudados.
A assimilação e
interpretação de conteúdos, além de serem apropriações culturais e sociais, são
propriedades do sujeito, portanto o sentido obtido do conhecimento é ainda
subjetivo, fazendo do sujeito corresponsável e coautor de seu processo
formativo.
O conhecimento subjetivo é de estrema importância
na perspectiva da aprendizagem, pois implica no simbolismo que é dado pelo
estudante á parcela da realidade estudada, juntando com a percepção simbólica
de toda a comunidade e fazendo relações entre a teoria e a prática.
Dentro desta perspectiva compreendemos a
participação do professor como parte da COM.A.I.- sendo ele mediador de
conhecimentos, aquele que se ocupa como facilitador na aprendizagem,
transformador e ‘ressignificador’ de conceitos. Os conceitos são ferramentas
que desenvolvem nos educandos habilidades de raciocínio, que os levam a pensar
com uma melhor qualidade e clareza, direcionando-os para um pensamento com
excelência.
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