Enfim, somos tão diferentes uns dos outros que foi preciso construir uma Declaração Universal dos Direitos Humanos, num determinado momento de nossa história (1948), para nos lembrar que, na origem, todos somos também iguais por termos algo em comum que nos distingue dos outros seres.
Podemos ser iguais e diferentes, ter os mesmos direitos sem que nos descaracterizemos. A diferença não se opõe à igualdade. A igualdade é a garantia da concretização da liberdade, da dignidade, da condição humana em comum e, ao mesmo tempo, constitui a maneira como queremos ser tratados em função dessa condição, considerando nossas diferenças e nossas
necessidades específicas.
É exatamente isso que tememos tanto: que as diferenças sejam um motivo de desigualdades, que questões como sexo, cor de pele, religião, orientação sexual, condições físicas, classe social, idade, entre outras tantas diferenças objetivas que temos, assumam uma relevância que determine o tipo de relação que teremos com a sociedade grande desafio ante os paradigmas atuais que subordinam a inclusão à transformação do outro em alguém parecido com um padrão dominante.
Afinal, mesmo quando temos algumas características marcantes, básicas, como o fato de ser homem ou mulher, isso não pode determinar ganharmos mais ou menos, ocuparmos lugares de comando ou apenas de subordinação, pertencermos a classe social ou outra, sermos aceitos para algumas coisas e não para outras.
“Mais do que a rejeição da cor da pele de um povo, o racismo constitui-se na negação da história e da civilização desse povo; a rejeição de seu ethos, de seu ser total. A diversidade, entretanto, é a condição universal da existência humana, e a riqueza da experiência humana funda-se em grande parte na integração, na intercomunicação e no intercâmbio entre culturas específicas. O objetivo verdadeiramente revolucionário não é o de erradicar as diferenças...(mas antes) evitar que elas sejam transformadas nas pedras fundamentais da opressão, da desigualdade de oportunidades ou da estratificação social e econômica.”
Thamário Everley Conrado Pereira <t.everley_stylenet@hotmail.com> é acadêmico de Direito, da Faculdade Alfredo Nasser e membro ativo do Pajupu (Programa de Assessoria Jurídica Popular Universitária)
................................................................................................
Cada um de nós é um SER único, porém cheio de capacidades de conviver, compreender e modificar-se, junto as diferentes pessoas e realidades, sem comprometermos a nossa personalidade. Vivamos a resiliência e a alteridade.
ResponderExcluirOlá
ResponderExcluirParabéns pelo texto!
Gostaríamos de saber se podemos divulgá-lo em nosso blogue.
Atenciosamente,