terça-feira, 27 de julho de 2010

Projeto: Uma história escrita a várias mãos

Amigos da Filosofia,
vamos escrever juntos a história do Centro de Filosofia
e da Editora Sophos (
ambos compõem o S.E.R. - Sistema de Ensino Reflexivo).


Dia 18 de julho foi o lançamento nacional do Projeto para escrevermos a história do Centro de Filosofia Educação para o Pensar, Editora Sophos e consequentemente do Sistema de Ensino Reflexivo – S.E.R..


Você está convidado para ajudar a escrever essa história!



Iniciamos o Projeto em 18/07/2010 e completamos com o  lançamento do livro comemorativo dos 25 anos (Jubileu de Prata) em 18 de julho de 2014.

VOCÊ, aluno, pai, professor, coordenador, diretor, qualquer que seja sua profissão, idade ou região onde mora, se algum dia já esteve presente (ou tenha participado) de algum evento, projeto, ação de alguma de nossas instituições (Centro de Filosofia, Sophos e/ou SER), da atividade mais simples (como uma contribuição que tenha dado ao Jornal Corujinha ou uma foto com algum de nossos professores), até um "diploma" de algum curso antigo ou algum troféu que tenha ganho, ajude-nos (a escrever esta história dos 21 anos) com alguma "prova" desta sua participação!

Para contribuir assim, com algum material, basta mandar este para nosso e-mail contato@portalser.net ou utilize (e selecione/anexe) o formulário para envio de material aqui.



quinta-feira, 22 de julho de 2010

Família: esta moda pega?


Numa época em que uma noção errada de liberdade, muito divulgada,
leva a não contrair vínculos e a quebrar com facilidade os vínculos
contraídos, é oportuno recordar que a liberdade é, na sua forma maior,
liberdade de nos amarrarmos. É esse o significado de “criar
laços
”.(Paulo Geraldo)





Somos, em maioria, movidos por modismos. Adesivar carros com desenhos
da família virou moda por afirmar família como nosso maior “porto
seguro”. Mas para esta idéia surtir efeitos para além da estética, é
importante perguntar sob quais condições estruturais, sociais e
culturais estão postas as nossas famílias, sob pena de frustrarmos as
nossas expectativas para com elas, as famílias, e para com a referida
moda.

A exaltação do amor pela família, por mais interessante que seja, por
mais sucesso e adesão que já tenha ou venha a ter, pode contribuir
para sobrecarregar a família, mais uma vez, com todo o peso da
desestruturação social que o nosso mundo está produzindo. Não
resolvemos mais os dramas das pessoas pelo discurso fácil da solução
de todos os problemas passarem pela família. É a própria família que
precisa ser resgatada e re-significada em seu papel e função social em
nossos tempos.

O que a sociedade tem feito, através de suas instituições, é cobrar da
família uma responsabilidade que ela sozinha não tem mais como arcar.
Por estar fragilizada, envolvida em imensos desafios de convivência, a
família reclama de cuidados, zelo e proteção, invertendo-se uma lógica
sempre alimentada e projetada por todos.

A revolução industrial gerou nas famílias o primeiro grande impacto na
medida em que homens, mulheres e filhos passaram a dedicar-se mais a
seu local de trabalho do que a sua própria casa. Com a revolução
tecnológica e da eletrônica, substituiu-se a convivência e o diálogo
entre os membros de uma família pela escuta passiva do rádio, da
televisão e da internet. Hoje, mais do que nunca, vivemos a afirmação
de nossas individualidades a partir de um vazio existencial e
histórico. Não contam mais a memória, a coletividade, a convivência.
Conta agora sermos livres: sem vínculos com nada e com ninguém.

A família não é um produto para a gente oferecer como solução para os
reais problemas do ser humano e da humanidade. Se ainda acreditamos
nela como um “porto seguro”, como referência para a vida pessoal e
comunitária, precisamos investir nosso melhor tempo e nossas melhores
energias para que ela possa cumprir com esta expectativa que
temos dela. Esta é uma opção que a sociedade precisa fazer, garantindo
todos os apoios, programas e investimentos que forem
necessários.

O amor é a mais revolucionária das armas que a humanidade já construiu
para gerar seres humanos livres, solidários, abertos, comprometidos
com a permanente defesa e promoção da vida. Não acreditamos na mera
verbalização deste nosso desejo de amar a família, mas acreditamos que
possamos, de forma individual e coletiva, adotar posturas que promovam
a convivência, a integração e a troca de saberes e de experiências no
nosso ambiente familiar.

Promovamos a família como o melhor espaço humano para nos fazermos
gente. Acreditemos que a família, ao ser vivenciada pela gente, também
é promovida. Adesivemos nossos carros com as caricaturas de nossa
família, mas não esqueçamos de comprometer o nosso coração, a nossa
alma, as nossas energias. A família não é uma “moda passageira”, mas é
o espaço que criamos para nos humanizar. Humanizar é nosso maior
trabalho humano.

Nei Alberto Pies, professor e ativista de direitos humanos.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

"Comemorar e Projetar sonhos: 21 anos de história"


Comemore conosco os 21 anos do S.E.R. - Sistema de Ensino Reflexivo! Centro de Filosofia Educação para o Pensar e Editora Sophos


"Comemorar e Projetar sonhos: 21 anos de história"



Quando está realmente viva, a memória não contempla a história, mas convida a fazê-la.
GALEANO, Eduardo. De pernas para o ar:
a escola do mundo ao avesso.Porto Alegre: L&PM, 1999, p.261.

            A reflexão filosófica engajada, cidadã e atual, precisa levar em conta a contradição decorrente de um duplo comprometimento que se traduz, na compreensão de nossa época e, com a ação coerente na direção dos sonhos que projetamos para o agora e para o futuro.

            Por isso COMEMORAR com todos os educadores do Brasil, nesse dia 18 de julho os 21 anos (1989-2010) do Centro de Filosofia, Editora Sophos e por extensão do Sistema de Ensino Reflexivo – S.E.R.:


Vinte e um anos sonhando, acreditando e tornando realidade nas escolas, uma Educação Reflexiva e Filosófica na infância, adolescência e juventude. Por isso projetos, realizações e inovações:

Encontros estaduais de alunos e professores de Filosofia (1990 a 1993)
1o. Encontro nacional de Educação para o Pensar (1994)
Encontros Regionais dos colégios com Filosofia (1995)
Festival VivaMúsicaViva de canções filosóficas (1996)
Acampamentos e Feiras filosóficas, Grupos Alternativos do Saber – G.A.S. (1997 a 2000)
Congressos Nacionais de Educação para o Pensar (2001/2003/2005/2007)
Concurso Nacional de Peças Teatrais Filosóficas (2007)
Seminários Regionais (total de 15) (2008)
EaD do S.E.R. (2008-2009)
Projeto Autor na escola (2009)
Formação continuada e ampliação com o S.E.R. nas escolas (2010 ...)


Vinte e um anos na defesa, criação e ampliação de um Programa filosófico-pedagógico com matriz emancipatória para a realidade escolar. Por isso a pesquisa, os estudos e as produções de materiais didáticos e reflexivos. Coleção:


Filosofia Fundamental (1998)
Novo Espaço Filosófico Criativo (1999)
Filosofia, o Início de uma Mudança (2003)
Paradidáticos filosóficos (2003)
Pais & Filhos: companheiros reflexivos (2003)
Educador para Educador (2003)
Conhecer para projetar o futuro (2005)
Filosofia e Interdisciplinaridade (2005)
Didáticos reflexivos:

- Coleção Ensinar e Aprender para além da Caverna

- Coleção Linguagem: a arte da reflexão

- Coleção Investigação e Reflexão

- Coleção Aprendendo Ciências

- Coleção História Reflexiva

- Coleção Ser Matemático
(2009 / 2010)


            A partir do Programa filosófico-pedagógico “Educar para o Pensar: Filosofia com Crianças, Adolescentes e Jovens”, que diante de sua história de construção coletiva, da preocupação em oportunizar reflexões filosóficas através da formação continuada dos professores de diversas áreas em inúmeras escolas, defende seu caminho, seu rumo, inspiração e identidade.

            Valorizar o adolescente e o jovem como sendo capazes de pensar, criativa e originalmente, crítica e ponderadamente, diante dos ricos e generosos temas da Filosofia é também um ato de cidadania e de inusitado avanço na direção da emancipação plena de todos nós. A educação para a curiosidade metódica e, para ação solidária, são as inspirações da Educação para o Pensar Emancipatório.

            A experiência nos tem mostrado que um trabalho de Educação para o Pensar: Filosofia com Crianças, Adolescentes e Jovens, com orientação de uma filosofia da emancipação, contribui de forma significativa para a melhora da relação entre as pessoas e para o melhor entendimento dos diversos aspectos da realidade, bem como do conteúdo e significado das idéias.

            Assim, na relação entre teoria e prática, a ação será medida sempre por um pensar correto – um bem pensar – e o pensar correto será medido pela ação consequente. Essa prática nos aponta para uma situação de melhor qualidade de vida.

“O que faz o sucesso de uma marca? – História.
Marcas de sucesso contam uma história.”


Comemore conosco os 21 anos do S.E.R. - Sistema de Ensino Reflexivo! Centro de Filosofia Educação para o Pensar e Editora Sophos

            Participe do Projeto “Uma história escrita a várias mãos”.

            Dia 18 de julho é o lançamento nacional do projeto para escrevermos a história do Centro de Filosofia Educação para o Pensar, Editora Sophos e consequentemente do Sistema de Ensino Reflexivo – S.E.R.

            Você está convidado para ajudar a escrever essa história. Iniciamos o Projeto em 18/07/2010 e completamos com o lançamento do livro comemorativo dos 25 anos (Bodas de Prata) em 18 de julho de 2014.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA

 Por: Maria de Lourdes Cardoso Mallmann

O mundo progride a todo instante. A cada dia novas descobertas, novas técnicas. Os conceitos mudam, as estruturas se refazem os valores são modificados, mas uma coisa permanece: a importância da família.

Se o homem se transforma, se atualiza, revê seus conceitos, é interessante questionar porque a família que existe há séculos, continua sendo necessária e produzindo ótimos resultados.

A família é a esperança derradeira do homem moderno. Ela é condutora
de atitudes afetivas e de sentimentos capazes de fazer um empresário sentir
ternura, ela é capaz de provocar lágrimas num assassino, ela é sempre
mensageira de amor, mas de um amor desinteressado, livre e espontâneo.

A família hoje representa o galardão maior de um cidadão. Pela família se
conhece o homem.

As grandes empresas do mundo já integram a família dos funcionários
em seus projetos, e mede-se a postura e a integridade de homens de negócios
pelo relacionamento familiar que eles desfrutam. Um bom pai, um esposo
cordial são evidências de boa índole e a administração da família em termos
harmônicos é um índice de qualidade nos dias de hoje.

Só quem não tem uma família é capaz de avaliar a imensa solidão, que
nem trabalho e nem realização pessoal pode amenizar.

A família, com toda a problemática que ela ocasiona é ainda onde
o homem encontra o lenitivo e a força contra as intempéries diárias. O
aconchego dos familiares é uma benção, a solidariedade entre irmãos é uma
graça, o convívio com noras , genros, primos, tios é um festival permanente de
descobertas, de surpresas de generosidade e de conforto.

A família mantém um vínculo que agrega nas horas difíceis e empolga
nas horas de festa e de alegria. Os pais quando presentes encarnam o tronco
salutar de amor que repassam aos filhos através de exemplos , de vivências ,
de sacrifícios, de coisas boas, de carinho. As palavras muitas vezes são
desnecessárias ante as atitudes e os olhares de cumplicidade e entendimento.

Quando ausentes, a família se recompõe nos que ficaram e se une mais
para preservar a memória e honrar o nome de quem soube amar e ensinar a
ser feliz! O que importa realmente é que a família tem uma missão, missão
de continuar de ir em frente, de passar adiante o que aprendeu, de transmitir o
amor de geração a geração.

Essa corrente se faz tão forte e a família se torna indestrutível mesmo
enfrentando a modernidade, encarando de frente as drogas que tentam dizimá-
la, lutando contra os pregadores de uma liberdade falsa com inversão de
valores. A Família resiste e está aí mostrando sua força, impondo o amor
como condição de vida, a amizade fraterna como motivação entre irmãos e a
alegria de poderem estar juntos e felizes!

Se você tem uma família assim, dê graças a Deus!
Foi um prazer ter estado com vocês!

Maria de Lourdes Cardoso Mallmann
lurdesma@terra.com.br
Pedagoga, Professora de Filosofia, autora de livros (pela Sophos e outras editoras) e membro da Academia Itapemense de Letras (Itapema/SC)

A "Dona Mariazinha" como é carinhosamente chamada por todos que a conhecem, também participa da Comunidade do SER e da Escola de Pais do SER. Junte-se a nós!

quinta-feira, 1 de julho de 2010

A não-reflexão e a política.


Falta-nos reflexão, pensar, precisamos do trabalho de pensar, e parece-me que, sem ideias, não vamos a parte nenhuma”. 
(José Saramago, em última mensagem, postada em seu blog)

Ficamos com a impressão de que as futilidades e apetrechos tomaram, definitivamente, o lugar da reflexão. Não temos tempo para nos ocupar com os pensamentos, mas temos um ingênuo orgulho em nos ocupar com as coisas que despertam o entretenimento, o descompromisso e os prazeres mais imediatos. Fomos transformados numa massa amorfa, acomodada, com poucos vestígios de indignação e questionamento. Somos apenas bons consumidores de tudo aquilo que outros pensaram ser o melhor para a vida da gente.

O mais intrigante e perigoso em nossa cultura de não-reflexão é que abrimos mão das responsabilidades para com a gente e para com o mundo. Sem reflexão, não geramos conhecimentos. Já sem os conhecimentos, que geraríamos pela reflexão, não temos compromissos senão com a nossa própria ignorância. Sem compromissos com a vida e com o planeta, parecemos mais suaves, mais livres, mais soltos. Mas será?

Pois há muito tempo ensinamos de que pensar é algo perigoso. Que o melhor é sempre a gente se adaptar aos processos que organizam o mundo. Que a gente deve cuidar de si e deixar Deus cuidar de todos. Que os insatisfeitos e descontentes que se retirem do lugar ou da posição em que se encontram, no caso de discordância com aquilo que parece imutável. Ensinamos, também, a amar as coisas antes de amar a gente. Assim aprendemos de que a gente sempre é a partir daquilo que consegue ter, ou parece que tem. E ainda resta a boa desculpa de dizer que ensinamos assim porque fomos assim ensinados.

Mas o bom é que a democracia sempre dá seu “ar de graça” por conta das eleições gerais. Ela exige, por isso mesmo, que os desafios por ela postos sejam superados. Ao invés de alienação, façamos largo uso da reflexão para que definamos por votos que encaminhem soluções para nosso estado e nosso país. Senão, nossos candidatos não passarão de meros produtos no quais resolvemos fazer a nossa aposta.

A real efetivação da democracia exige a participação consciente e engajada dos cidadãos e cidadãs na definição e condução de políticas e projetos, o que não se traduz apenas no voto. A democracia, neste sentido, é uma forma de convivência que exige a superação da alienação dos sujeitos. As pessoas envolvidas num processo democrático devem participar das decisões, evitando ao máximo o distanciamento entre aqueles que decidem e aqueles que executam. Se assim não for, geramos o desinteresse pela política e pela convivência social. Geramos, também, as condições para que continue a proliferar entre a gente a cultura da não-reflexão e da não-decisão.

Os grandes pensadores são, quase sempre, grandes incompreendidos. Saramago alertou a humanidade sobre as suas cegueiras, em obra entitulada “Ensaio sobre a cegueira”. A partir de seu alerta, ser sem idéias só pode ser a pior das cegueiras que poderemos possuir. Nesta cultura de não-reflexão, que já toma conta de quase todo mundo, ainda conseguimos espaços para perguntar. Resta saber quais são os espaços para a gente mudar a panorama da “alienação massiva” na qual estamos todos mergulhados.
Nei Alberto Pies, professor e ativista em direitos humanos.