quarta-feira, 29 de maio de 2013

E o futuro... Para quem será?

Profª. Corina Decco

Com a explosão do avanço cientifico e tecnológico todos estamos sujeitos ao bombardeio continuado de informações num grau de velocidade descomunal. E, com isso, o individuo se sente isolado da coletividade, a vida em comunidade tende a diminuir, esvaziar – diverte-se, ama-se por meios virtuais. Então perguntamos: - Onde estão as relações pessoais?
Atualmente, os investimentos em relações humanas são vistos como ultrapassado, antigo, fora de moda.
Ao invés de relacionamentos longos, duradouros e respeitosos, se buscam prazeres momentâneos, superficiais, descomprometidos e, até mesmo, descartáveis – como se fossem na tela de um computador, “deleta-se” os que não são significativos, que de alguma maneira não são rentáveis, que não trazem benefícios imediatos.Vive-se a geração do controle remoto – muda-se, quando o que se está presente não é interessante – tudo é muito rápido, passageiro, mutável e mutante.
Hoje, o ser humano, por causa do alto índice de violência (quer seja na esfera social, ou na dinâmica intrafamiliar e, ainda mais, nas articulações políticas), não tem apresentado discernimento e nem diferenciação nos conceitos de ética, respeito, confiança, diálogo e muito menos limites.
A perda desses referenciais, em valores humanos, afetam todos os setores da vida – e, conseqüentemente, vem também afetando a educação, seja a familiar (aquela que é transmitida pela familia), ou seja, pela escolar (a que é proporcionada pela instituição escola), e que está diretamente atribuída aos professores.
Apesar de muitas palestras, seminários, livros, reportagens e documentários em vários veículos de comunicação voltados a estes questionamentos, vale a pena ressaltar que, ainda não se obteve resultados satisfatórios.
Onde está centralizado o mal que vem assolando esta geração?
Embora muitos teóricos conceituados em antropologia, psicologia, sociologia, pedagogia e áreas correlatas pontuarem que, muitos são os aspectos que se somam e contribuem para desencadear o processo destrutivo nas relações humanas, ninguém poderá apresentar uma receita pronta para estimular à dinâmica de transformação dessas situações problemas que têm sido agentes geradores de inúmeros conflitos pessoais.
Portanto, enfim, com base em estudos e pesquisas fundamentadas em condutas, atitudes e posturas humanas nas relações, chega-se a um patamar de duvidas: como educar as crianças e adolescentes que hoje freqüentam nossas salas de aulas – fala-se muito em formar o cidadão do amanhã – do futuro.
Mas, o futuro... para quem será?
Será dos espertos que burlam as regras sociais e tentam tirar vantagens em tudo; dos ansiosos que estão sempre apresados querendo passar à frente dos demais: nas filas, no trânsito, nas possibilidades de melhores oportunidades de empregos; dos distraídos que não percebem as mudanças ao seu redor; dos apáticos que deixam as coisas acontecerem sem participarem e nem expressarem opiniões próprias sobre fatos dos quais não concordam; dos valentões que se apropriam de bens alheios através da força física, de armas de fogo ou desvios de dinheiro público - ou será daqueles que pensam, sonham e são determinados em conquistar seu “ lugar ao sol” através de dedicação, empenho e consciência de que não vieram ao mundo “ a passeio “, mas para lutar e escrever uma história onde o personagem central tenha empreendido vontade, dinamismo preparação e certeza de que para se chegar ao topo é necessário fazer uma longa escalada.
Tem-se observado que muitos conseguem este topo percorrendo caminhos não muito recomendáveis. Contudo, da mesma maneira rápida que conseguem, também perdem, pois somente o que conquista batalhando honestamente é capaz de atribuir o devido valor ao bem conquistado. Os que não empreendem energia de vida para possuir bens e conhecimento, não são capazes de medir com emoções e sentimentos o valor da conquista.
Não se pode dizer que, o futuro somente chegará para alguns, seria ilógico, haja vista que o tempo passa para todos, mas na qualidade do futuro é que está a diferença, independente da raça, da cor, da classe social – rica ou pobre.
Quando aqui se fala de futuro, não é nas questões econômicas e financeiras, mas se trata das questões relacionais, afetivas e sentimentais; estas são as matizes coloridas que dão cores, alegrias e clarificam as verdadeiras razões de se ter vivido – é caminhar em direção à fronteira e ter conseguido o passaporte carimbado para cruzar a linha de chegada e receber a coroa de vencedor – campeão – campeão da vida – vida eterna – viver eternamente, este é, sem dúvida, o tão almejado FUTURO. Nos encontraremos lá!?

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