E
o futuro... Para quem será?
Profª. Corina Decco
Com a explosão do avanço cientifico e tecnológico todos estamos
sujeitos ao bombardeio continuado de informações num grau de
velocidade descomunal. E, com isso, o individuo se sente isolado da
coletividade, a vida em comunidade tende a diminuir, esvaziar –
diverte-se, ama-se por meios virtuais. Então perguntamos: - Onde
estão as relações pessoais?
Atualmente, os investimentos em relações humanas são vistos como
ultrapassado, antigo, fora de moda.
Ao invés de relacionamentos longos, duradouros e respeitosos, se
buscam prazeres momentâneos, superficiais, descomprometidos e, até
mesmo, descartáveis – como se fossem na tela de um computador,
“deleta-se” os que não são significativos, que de alguma
maneira não são rentáveis, que não trazem benefícios
imediatos.Vive-se a geração do controle remoto – muda-se, quando
o que se está presente não é interessante – tudo é muito
rápido, passageiro, mutável e mutante.
Hoje, o ser humano, por causa do alto índice de violência (quer
seja na esfera social, ou na dinâmica intrafamiliar e, ainda mais,
nas articulações políticas), não tem apresentado discernimento e
nem diferenciação nos conceitos de ética, respeito, confiança,
diálogo e muito menos limites.
A
perda desses referenciais, em valores humanos, afetam todos os
setores da vida – e, conseqüentemente, vem também afetando a
educação, seja a familiar (aquela que é transmitida pela
familia), ou seja, pela escolar (a que é proporcionada pela
instituição escola), e que está diretamente atribuída aos
professores.
Apesar de muitas palestras, seminários, livros, reportagens e
documentários em vários veículos de comunicação voltados a estes
questionamentos, vale a pena ressaltar que, ainda não se obteve
resultados satisfatórios.
Onde está centralizado o mal que vem assolando esta geração?
Embora muitos teóricos conceituados em antropologia, psicologia,
sociologia, pedagogia e áreas correlatas pontuarem que, muitos são
os aspectos que se somam e contribuem para desencadear o processo
destrutivo nas relações humanas, ninguém poderá apresentar uma
receita pronta para estimular à dinâmica de transformação dessas
situações problemas que têm sido agentes geradores de inúmeros
conflitos pessoais.
Portanto, enfim, com base em estudos e pesquisas fundamentadas em
condutas, atitudes e posturas humanas nas relações, chega-se a um
patamar de duvidas: como educar as crianças e adolescentes que hoje
freqüentam nossas salas de aulas – fala-se muito em formar o
cidadão do amanhã – do futuro.
Mas, o futuro... para quem será?
Será dos espertos que burlam as regras sociais e tentam tirar
vantagens em tudo; dos ansiosos que estão sempre apresados querendo
passar à frente dos demais: nas filas, no trânsito, nas
possibilidades de melhores oportunidades de empregos; dos distraídos
que não percebem as mudanças ao seu redor; dos apáticos que deixam
as coisas acontecerem sem participarem e nem expressarem opiniões
próprias sobre fatos dos quais não concordam; dos valentões que se
apropriam de bens alheios através da força física, de armas de
fogo ou desvios de dinheiro público - ou será daqueles que pensam,
sonham e são determinados em conquistar seu “ lugar ao sol”
através de dedicação, empenho e consciência de que não vieram ao
mundo “ a passeio “, mas para lutar e escrever uma história onde
o personagem central tenha empreendido vontade, dinamismo preparação
e certeza de que para se chegar ao topo é necessário fazer uma
longa escalada.
Tem-se observado que muitos conseguem este topo percorrendo caminhos
não muito recomendáveis. Contudo, da mesma maneira rápida que
conseguem, também perdem, pois somente o que conquista batalhando
honestamente é capaz de atribuir o devido valor ao bem conquistado.
Os que não empreendem energia de vida para possuir bens e
conhecimento, não são capazes de medir com emoções e sentimentos
o valor da conquista.
Não se pode dizer que, o futuro somente chegará para alguns, seria
ilógico, haja vista que o tempo passa para todos, mas na qualidade
do futuro é que está a diferença, independente da raça, da cor,
da classe social – rica ou pobre.
Quando aqui se fala de futuro, não é nas questões econômicas e
financeiras, mas se trata das questões relacionais, afetivas e
sentimentais; estas são as matizes coloridas que dão cores,
alegrias e clarificam as verdadeiras razões de se ter vivido – é
caminhar em direção à fronteira e ter conseguido o passaporte
carimbado para cruzar a linha de chegada e receber a coroa de
vencedor – campeão – campeão da vida – vida eterna – viver
eternamente, este é, sem dúvida, o tão almejado FUTURO. Nos
encontraremos lá!?
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