Ana
Belfort*
Dia da “CONSCIÊNCIA
NEGRA”, da “Raça Negra”. Raça? Mas que raça? Afinal, temos
somente uma raça. A raça de Seres Humanos. E... até onde vai minha
concepção, todos nós, negros, pardos, claros, mulatos, índios,
nativos..., pertencemos ou descendemos dessa mesma raça, a de seres
humanos. Ou não?
Parabéns a todos os
seres humanos que detém a cor de canela, aos negros, pretos, mulatos
e a nós os pardos, mas que temos o sangue negro porque descendemos
dessa gente negra honrada e corajosa. Seres humanos esses que um dia
foram feitos escravos, não porque eram fracos, mas porque eram de
fato “seres humanos”. Ao contrário dos “desumanos” brancos
armados até os dentes ou abarrotados de dinheiro e poder, que a meu
ver, são de fato os bárbaros, embrutecidos pela ganância, poder e
ambição.
O dia da consciência
negra, não paga e nem “apaga” o estigma destinado a tais
pessoas. Coloco-me, radicalmente, contra a política de cotas, porque
penso só aumenta a visão preconceituosa que presenciamos no dia a
dia. Porque cotas? Somos potencialmente idênticos uns aos outros em
inteligência e racionalidade? O que nos “diferencia” não é
senão a coragem, a determinação e a persistência com que
avançamos em busca de nossos projetos e sonhos?
Porque não citar a
visão Kantiana [Imanuel Kant filósofo alemão do século XVIII] que
diz: o que fundamenta o direito natural do homem, em qualquer de suas
representações: homo
sapiens
ou mesmo homo
demens,
homo
faber ou
homo
ludens,
homo
socialis, politicus; tecnologicus; mediaticus,vale
dizer que todo direito, natural ou positivo e, feito pelo homem e
para o homem, é que constitui o valor mais alto de toda a dimensão
humana.
Grande exemplo disso
é o admirável Joaquim Barbosa, Ministro do Supremo Tribunal
Federal, que calou a boca de muitos brancos ilustres, e que com
coragem e competência, colocou uma corja de bandidos de
colarinho-branco na cadeia. Nós sabemos que para resolver a exclusão
e o racismo não existe uma estratégia somente, talvez a luta e o
grito sejam necessários em algumas situações extremas. A grande
mudança talvez seja “perceber” a situação e descobrir qual vai
ser a estratégia adequada, e não achar que existe apenas uma
estratégia, a da luta e do grito. Fica ai a reflexão... Uma pequena
reflexão a todos os leitores do Dia D...reflexões filosóficas.
----------------------------------------------------------------------------------------
Professora de Filosofia
Especialista em Ética e doutoranda de Estudos Clássicos Filosóficos
ana-belfort@hotmail.com
– Manaus/AM.
Na minha modesta visão de professor de história vejo uma professora de filosofia bastante equivocada, quando ao tal exemplo do "admiralvel Joaquim Barbosa ", um negro que já se sente um branco ao chegar a onde chegou e que pouco a pouco foi esquecendo sua origem. Um negro que teve a força de alguns daqueles que hoje ele condenou, baseado em teorias europeias e, claro,teorias de si mesmo para chegar a condena sem provas pessoas que até então dedicaram e dedicam sua vida pela democracia,por um país mais justo para todos os brasileiros. Fico triste em ler trexos de especialistas que para mim não passam de seguidores de midias.
ResponderExcluirBela reflexão sobre o "Dia da Consciência Negra" e corroboro contigo, quando cita sobre a questão das cotas. Simplesmente esdrúxulo essa posição de nossos políticos que buscam "tapar o sol com a peneira". Isso é que eu chamo de exclusão social. Avançamos????? Sim, mas ainda há muito o que fazer para minimizar a barbarie que ainda assola em nossa sociedade.
ResponderExcluir